quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Ricardo Athayde - Assassino de Igor Xavier é condenado a 14 anos de prisão

Assassino de Igor Xavier é condenado a 14 anos de prisão
O juiz Glauco Eduardo Soares Fernandes lê a sentença para os réus

O zootecnista Ricardo Athayde Vasconcelos, 58, foi condenado, na noite desta terça-feira, a 14 anos de prisão pelo homicídio duplamente qualificado – motivo fútil e sem chance de defesa da vítima – do ator, coreógrafo e bailarino Igor Leonardo Xavier, 29, em março de 2002, em Montes Claros, na região Norte de Minas. Como já respondia em liberdade, ele poderá permanecer solto. Seu filho, o bacharel em direito Diego Rodrigues Athayde, 29, foi absolvido, como pediu a promotoria durante o julgamento, na capital.
Durante a tarde, o caso sofreu uma reviravolta depois que o promotor Gustavo Fantini declarou que a motivação do crime pode ter sido passional e que Vasconcelos teria um relacionamento com o bailarino. “Não se pode afirmar se ele cometeu o crime por ciúmes ou para tentar esconder a história que eles tinham”, disse o promotor, ressaltando que o homicídio aconteceu por motivo fútil, e não por questões morais.
A declaração causou surpresa porque o assassinato era, até então, tratado como o primeiro do país em que o réu admitiu que a motivação era a homofobia. O defensor de Vasconcelos, o advogado Maurício Campos, negou a relação entre os dois e também que o crime tenha sido motivado pela orientação sexual da vítima, o que daria a conotação de motivo fútil.
Segundo ele, o zootecnista deu vários disparos no bailarino após flagrá-lo apalpando as partes íntimas de seu filho, na época com 18 anos. O advogado pediu, em mais de uma ocasião, que os jurados refletissem se o assédio sexual a um filho pode ser considerado um motivo fútil, em uma tentativa de diminuir a pena para o crime.
Vasconcelos se separou da mulher há três anos e tem um outro filho. Apesar de ter dito alimentar um “horror a homossexuais” durante o inquérito, ele não foi questionado sobre o tema em plenário, já que formalmente respondia por homicídio, sem menção a homofobia. Ele também não foi perguntado se é homossexual. No depoimento, manteve a tese da defesa do filho. “Aquela cena me deixou atordoado. Peguei as duas armas e tropecei quando fui em direção a ele (Igor), aí houve o primeiro disparo acidental. Chegamos a cair no chão e entrar em luta corporal, e aí vieram os outros tiros”.
A mãe da vítima, Marlene Xavier, disse que aguardava por essa condenação há muito tempo e que se sente aliviada com a decisão. "Eu confio na Justiça. Esse é apenas um primeiro passo contra a homofobia. Espero que isso seja levado como uma bandeira em outras casos como este"

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